quinta-feira, 30 de junho de 2011

Coração de Jesus: Fornalha Ardente de Amor

“Sede, pois imitadores de Deus como filhos queridos. Vivei no amor, como Cristo também nos amou e se entregou a Deus por nós como oferenda e sacrifício de suave odor.” Ef 5,1s

            Chega-se ao conhecimento de alguém conhecendo o seu coração: seus sentimentos, seu pensar e seu agir. Com a pessoa de Jesus Cristo, isto não é diferente - ao contemplarmos o Seu Coração, neste mês que lhe é dedicado, delineamos a Sua personalidade – nosso Deus tem coração.
            Dentre as infinitas virtudes do Coração do Mestre me encontrei com um coração que nos escuta, nos acolhe e que acima de tudo nos ama, de maneira incomparável e incondicional. É neste Coração, manso e humilde que somos plenamente reconciliados com o Pai.
No Coração de Cristo, aberto pela lança, no Alto da Cruz, existe uma fornalha ardente de amor, na qual são consumidas todas as nossas fraquezas, limitações, misérias e pecados, neste fogo da misericórdia que jamais se extingue.
O Amor é o combustível a alimentar a fornalha ardente do Coração do Mestre, é este amor que nos confere a graça de sermos filhos de Deus e é também o combustível que deve alimentar a nossa vida e a nossa caminhada de fé, no seguimento do Senhor.
Devemos pautar todos os nossos sentimentos, pensamentos e ações no Coração de Jesus e agir como Ele – Não basta dizer que amamos, é preciso provar o que sentimos com o nosso agir.
“Amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou, pensar como Jesus pensou, viver como Jesus viveu...” é a letra de uma música antiga, mas ao mesmo tempo sempre nova, é a dica para vivermos melhor e trilharmos um caminho de santidade, sendo “imitadores de Cristo”.
Alimentados pelo Amor do Coração de nosso Deus, que tal deixarmos arder também em nossos corações esta fornalha ardente de amor?

“Jesus, manso e humilde de Coração: fazei do nosso coração semelhante ao vosso!”
Deus o abençoe!
In Corde Iesu!

Seu irmão,
Mateus

domingo, 26 de junho de 2011

Amar, carregar e acolher...

“Quem ama seu pai ou sua mãe, mais do que a mim não é digno de mim (...)
Quem não carrega sua Cruz e não me segue, não é digno de mim!(...)
Quem vos acolhe, a mim acolhe!” Mt  10,37-42

AMAR, CARREGAR, ACOLHER são verbos que devem direcionar a caminhada de todo cristão.
            O caminhar com Cristo e anunciá-lo não é simplesmente dizer “Senhor, eu estou contigo” - é necessário de nós um esforço pessoal de mudança, de conversão, conformando nossa vida, à vida de Cristo. Esta vida nova que Paulo nos fala em sua carta aos Romanos “Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova!” (Rom 6,4)
            O Senhor nos diz “Quem ama seu pai, ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim”. Essa palavra pode nos parecer dura, ainda mais por se tratar de nossa família, mas se atentarmos ao que o Jesus nos diz tudo faz sentido - Ele não nos pede nada mais que o cumprimento do 1º mandamento da Lei de Deus que é: “AMAR a Deus sobre todas as coisas”. 
Jesus pede para si o amor que Deus havia pedido no Antigo Testamento - “Shemá Yisrael  – Portanto amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda tua alma e com toda a tua força” (Deut 6,4-5) – Ele quer de nós esse amor  inteiro, em plenitude!
Jesus é muito claro quando nos diz “Quem ama sua família MAIS DO QUE a mim”. Ele não nos pede que deixemos de amar os nossos familiares, mas faz-se necessário que O amemos em primeiro lugar! O amor ao outro é um transbordamento do amar a Deus sobre todas as coisas.
            O Senhor nos diz ainda “Quem não toma sua Cruz e não me segue, não é digno de mim” – Todos nós temos cruzes a carregar - faz parte da dinâmica da vida de qualquer cristão, imitar o Cristo em tudo, inclusive no carregar da Cruz.
Nos Evangelhos sinóticos, a comunidade de Lucas escreve “Quem não carrega sua cruz e não vem após mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14,27), já Marcos nos diz: “Se alguém quiser vir a mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mc 8,34).
Os evangelistas usam os verbos “tomar, carregar”. Aí está a nossa responsabilidade para com o chamado que Deus nos faz – Tomar, CARREGAR a nossa Cruz – e não simplesmente arrastá-la – Carregar a nossa Cruz é assumi-la com responsabilidade, com empenho, com dedicação e não de qualquer jeito, ou como nos convém. 
Às vezes nossa cruz é o nosso jeito de ser, as nossas limitações, ou ainda as limitações do irmão de caminhada, que ao “bater de frente” com as nossas são conflitantes. Nossa cruz pode ser também o nosso trabalho, os nossos estudos, que talvez não fluam como gostaríamos, enfim, cada um conhece suas maiores dificuldades, daí a necessidade de nos empenharmos mais e mais, “carregando” com amor e com ardor a nossa cruz de cada dia e não apenas, “arrastando-a”.
O mais simples ato de amor com que cumprimos nossa missão é recompensado por Deus. Daí a necessidade de termos o “Amor” como regra de vida! O Amor incondicional a Deus, que transborda no relacionamento com o outro. 
            Neste mesmo amor, o Senhor nos convida ainda a ACOLHER – “Quem vos acolhe, a mim acolhe” - Em nosso despojamento, no sair de nós mesmos para ir de encontro ao outro, devemos receber e estar com nossos irmãos como se estivéssemos junto a um profeta. É nesse acolhimento simples que nos encontramos com Jesus. É por meio de gestos simples, com generosidade, com gratidão, que Deus se serve de nós para se fazer bom para com o outro.  
Ganhamos a vida, recusando o nosso egoísmo. Perdemos a vida fechada em nós mesmos e ganhamos uma vida nova, iluminada pelo Cristo, quando nos fazemos acolhedores.
            Abracemos inteiramente nossa Missão: colocando em prática os três verbos: AMAR, CARREGAR e ACOLHER - AMAR a Deus acima de tudo e amando-O sejamos capazes de assumir firmemente a missão que Ele nos confia, dispostos a CARREGAR com firmeza nossa Cruz e ACOLHER o Cristo na pessoa dos irmãos.

             Que Deus o abençoe e o fortaleça em sua caminhada!
             No Coração de Jesus,

             Seu irmão,
             Mateus Fernandes

sábado, 11 de junho de 2011

Veni Creator Spiritus! - Vem, Espírito Criador!

Só podemos compreender os mistérios da vida de Cristo, o Seu amor extremo por nós, a loucura da Cruz, Sua Presença Real na Eucaristia e nos demais Sacramentos pela ação do Espírito Santo.
É Esta Pessoa da Trindade – e por ser Pessoa permite relacionar-nos com Ele - que habita o templo vivo, que somos nós! Do transbordamento do Amor da Trindade, somos nós intensamente amados por Deus e participamos de Seus mistérios.
O Espírito Santo nos revela Deus e a nós mesmos, possibilitando o nosso autoconhecimento: a ciência de nossos dons e potencialidades, assim como de nossas misérias e fraquezas e nos dá assim a sabedoria para lidar com cada situação de nossas vidas, solucionar problemas, nos relacionar com o Pai e com o Filho, orando como convém! Daí a importância de estreitarmos nossos laços com Ele, e experienciar assim o Amor do Pai e a Salvação de Cristo, os primeiros grandes frutos desta amizade com o Paráclito.
 A força operante do Espírito Santo em nós, nos dá uma vida nova, santificando nossas ações, de forma que mortos para o pecado, vivamos para Cristo e em Cristo (Rom 8,10s). É esta presença santificante do Espírito em nós, que nos recorda, completa e atualiza os ensinamentos do Divino Mestre, configurando-nos cada vez mais à Sua Pessoa. É o Espírito de Vida que revela nossa filiação divina, e nos permite assumir assim esta condição – Não mais escravos do pecado, nos percebemos filhos de Deus e como filhos, herdeiros do Céu, Paraíso que o Pai Celestial nos reserva!
Estreitemos assim nossa relação com o Espírito Santo, O tenhamos como um verdadeiro amigo, sempre fiel e presente e peçamos a Sua presença em nossas vidas com fervor, para que sejamos a cada dia mais santos e disponíveis à vontade de Deus!

Veni Creator Spiritus!   Vem, Espírito Criador!

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai 
e enchei os corações com vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.
Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai, 
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.
A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor, 
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.
Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz, 
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.
Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer 
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.
Amém!